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domingo, 28 de janeiro de 2018

Seu carretel, antigo morador de Capão da Canoa, muito conhecido pelos moradores.

O lanterninha tem saudade

É difícil convencer o Carretel a falar sobre a época mais divertida da sua vida. Deve ser porque o Cine Mar, o cinema de Atlântida onde trabalhou como porteiro, lanterninha e gerente de 1958 a 1979, já não existe mais. Desativado em 1979, ficou abandonado até o telhado ruir e ter de ser demolido. Ficou meio doloroso para o Carretel relembrar os anos de ouro do cinema, localizado na Avenida Paraguassu. Mas depois que engata no tranco, ele volta a sentir a felicidade daquele tempo e abre um sorrisão.

- Eu tenho saudade daquela época. Era divertido. Os 600 lugares estavam sempre 80% ocupados. E eu via os jovens namorando - recorda Calino Monteiro Fernandes, o Carretel.

Eram outros tempos. O gerente do cinema, Wilson Dieterich, tinha de levar os filmes aos pedaços, de lambreta. Se tivesse algum problema, os espectadores tinham de esperar até que chegasse o rolo da próxima sequência.

Um dos maiores desafios daqueles dias para Carretel, hoje com 73 anos, era impedir que as diabruras da rapaziada prejudicassem o cinema. Uma turma o incomodava especialmente. Eram os tipos que instalavam uma espécie de palito de cheiro ruim no banheiro. Aos poucos, o budum se espalhava pelo cinema. As vaias tomavam conta. Era um bruto cheiro de cocô.

- Eu tinha que pegar os líderes. Mas, naquela época, a gente tinha medo de tocar nos guris, que eram uns filhinhos de papai - diz.

Carretel armou um plano. Montou um time de futebol com os guris para identificar cada um e dar um jeito de fazê-los abandonar a brincadeira fedorenta. O resultado foi diferente do esperado. O time começou a ganhar e não parou mais. Venceu tudo que era campeonato, e os rapazes deixaram o cinema em paz. Carretel ganhou um aumento de salário.

E o apelido? Quando jovem, Fernandes era um baita corredor. Como batia qualquer um, ficou sem graça competir com ele. Então, criaram uma regra especial: ele ficava deitado na pista, segurando uma fita. Quando os competidores passavam e a rompiam, Fernandes podia levantar e sair atrás dos concorrentes. Por causa da fita, levou o apelido de Carretel.

Com cinco filhos, aposentado desde 2007, Carretel não esbanja velocidade mais, porém, continua cheio de energia. Ainda que more longe da praia, não deixa de ir ao mar. Em vez da pernada até a orla, deve ser um dos poucos banhistas a chegar à areia de bicicleta.


Hotel Atlântico - década de 40 - Capão da Canoa -


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

HISTÓRIA DO INSTITUTO ESTADUAL RIACHUELO


O Instituto Estadual Riachuelo completará 68 anos, em 20 de junho de 2018.
      Com a ajuda de dona Palmira Maria Souza da Silva (Professora aposentada da escola)podemos constatar que a escola, nos seus primeiros dez anos, contava com apenas quatro salas de aula e um ou dois funcionários. A escola era de primeira a quinta séries do Ensino Fundamental.
      Segundo a professora aposentada Marília Veras Thomas, a primeira professora a lecionar em Capão da Canoa foi sua irmã, Maria de Lurdes Veras Vidor. O local que dona Maria ministrava suas aulas era em um quartinho no Hotel Bassani. A turma era de oito alunos, os quais usavam lousas em tamanho semelhante ao de uma folha de ofício, onde escreviam. E quando preenchiam totalmente o espaço da lousa, eles apagavam seus escritos com água, que levavam de casa em um pote, e começavam a escrever novamente; tinham que guardar todo o conteúdo na memória.
      O Senhor Gilberto Bassani afirma ser o aluno 01 da escola, ou seja,o primeiro aluno a ser matriculado nela, ele conta que a escola era ótima e que a mesma foi muito importante em sua vida e na vida do município de Capão da Canoa.
Fonte : Raizes de Capão da Canoa - Mariana Barbosa de Souza 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Casa de Palhas, ficava bem próxima da sorveteria Gelfs na sepé.


RAMIRO CORRÊA DA SILVA E A HISTÓRIA DE CAPÃO DA CANOA

Moacir de Araujo Pires

O Empresário do ramo hoteleiro, Ernani Dieterich, genro do Sr. Ramiro Corrêa da Silva, fez-me a  entrega de um manuscrito em que consta, em detalhes, tudo sobre Capão da Canoa, para que esta geração e as futuras saibam como foi o início deste balneário e, mais ainda, para os antigos moradores relembrarem de tudo o que aqui se passou. 
       Ramiro Corrêa da Silva plantou a primeira semente do progresso e germinou, cresceu e floresceu, dando oportunidades para que outros seguissem seus passos. Ele foi, sem dúvida, o pioneiro no desenvolvimento de Capão da Canoa, transformando fazendas em loteamento e, em cada solo que pisamos, sentimos o valor do desbravador.
       Na íntegra, o manuscrito deixado por ele: “Capão da Canoa, era, inicialmente, chamado de Arroio da Pescaria, nome dado ao arroio que aqui ainda existe. Posteriormente, passou a ser chamado pelo nome atual, cuja procedência tem duas versões. Uma foi de que num capão localizado perto de Xangri-lá, teria, numa grande enchente, ficada presa uma canoa. A outra é de que de uma frondosa figueira no local acima citado, teriam feito uma grande canoa “.
      Durante as décadas de 10 e meados de 20, predominava o de Arroio da Pescaria, nome dado por parte dos fazendeiros da região serrana de São Francisco de Paula.
     Com o início das vindas dos veranistas de outras cidades, houve preferência pelo atual nome. O arroio passava, mais ou menos, pelo centro da, hoje, Praça José Agostinelli. Posteriormente, foi deslocado para o centro da avenida que separa Capão da Canoa, DA Zona Nova. Este trabalho foi feito pelo serviço de fixação de dunas, da Secretaria da Agricultura, visando evitar a invasão de areia dos grandes cômoros que existiam nas áreas ao norte de Capão da Canoa.
    Com o loteamento feito na área acima pela firma Boianowski, esta deslocou o arroio para mais ao centro e poucos metros ao norte, ficando assim, fora de perigo de invasão dos grandes cômoros que lá existiam. Há poucos anos houve nova correção, desta vez desviando o curso do mesmo0 para a lagoa, trabalho feito por uma draga do Estado.

Esta é uma parte da história,  Livro Raízes de Capão da Canoa.

Prédio antigo do Boliche, ficava ao lado da praça central de Capão da Canoa .- já foi demolido.